Como é que os museus contribuem para a aprendizagem STEM

Nos tempos em que vivemos, o campo das STEM parece progressivamente mais importante com o avançar tecnológico do mundo a cada dia que passa, tornando difícil acompanhar as mudanças à nossa volta. Com o boom tecnológico e o ambiente rápido, é natural pensar nas gerações mais novas e na necessidade de desenvolver aptidões relacionadas com os temas das STEM. Estudos provam que os empregos do futuro vão requerer uma mão-de-obra tecnicamente mais avançada e com mais competências transversais (Bybee, 2010).  

Tal relaciona-se com as competências para século XXI, especificadas pela UNESCO: colaboração, comunicação, literacia da tecnologia da informação e comunicação (ICT); competências culturais e/ou sociais (incluindo cidadania). De acordo com um estudo publicado pela Direção-geral das Políticas Internas do Parlamento Europeu (Caprile, M., Palmen, R., Sanz, P. & Dente, G., 2015), o aumento de vagas de emprego para pessoas com conhecimentos nas áreas STEM está a aumentar e é expectável que continue a crescer. De facto, os estudos preveem que em 2025 haja 7 milhões de vagas de emprego STEM. Inversamente, existe escassez de ocupações e profissões tecnológicas, que sublinham a necessidade de educar e desenvolver as capacidades do século XXI com os alunos do presente em mente. Tendo em conta este cenário, torna-se extremamente importante motivar e encorajar os estudantes a aprenderem mais sobre os temas das STEM. Hertz (2016) acredita que os módulos das STEM não devem ser simplesmente ensinados isolados através de manuais escolares ou exames, realçando a importância da oportunidade de incorporar a criatividade no seu trabalho, idealizando o que podem fazer com os módulos STEM na vida real. Os estudantes devem também trabalhar o pensamento crítico e as competências de resolução de problemas através da criatividade. Para além disso, as aptidões obtidas através das artes, como a observação, o reconhecimento de padrões e a expressão escrita, oral e visual são também requisitos nas STEM (Swanson, n.d.).

Uma forma de desenvolver esses conhecimentos é através da educação não-formal e do incentivo de visitas a museus por alunos, que podem ser um ambiente rico em aprendizagem, não apenas para as STEM, mas também noutras áreas. De acordo com Hildreth (2014), os museus focados nas STEM desempenham um papel importante na divulgação ao público, na criação de interesse e no apoio às competências STEM. Desta forma criam, também, envolvimento das crianças e pessoas jovens nas STEM (Bell et al, 2009). Os museus de STEM permitem às crianças e aos jovens a interação com exposições relacionadas com as STEM, bem como aprender fora do contexto de sala de aula.

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Vários estudos apresentaram resultados de pesquisa da influência dos museus de STEM na aprendizagem e inclusão dos alunos. Por exemplo, Adams, Gupta e Costumaccio (2014) estudaram a razão pela qual o programa de ciências no Museu da História Natural Americano moldou a aprendizagem e influenciou as mulheres a prosseguir carreiras profissionais relacionadas com as STEM, concluindo que o programa de ciências do museu teve um efeito bastante positivo na apreciação destas mulheres pelas STEM e as influenciou a prosseguir carreiras nessas áreas. Chi, Dorph & Reisman (2015) conduziram uma revisão literária das provas dos impactos e funcionalidades dos programas de aprendizagem das STEM adotadas pelos museus e outros ambientes semelhantes. Concluíram que estas iniciativas podem ter resultados positivos como o desenvolvimento de interesse pelas STEM, e atividades relacionadas, por parte das camadas mais jovens, o desenvolvimento de aptidões para o envolvimento nestas atividades, além de que as pessoas mais jovens acabam por valorizar mais o objetivo destas atividades.

Não existe qualquer dúvida que a exposição aos museus e às suas atividades podem influenciar a atitude dos jovens perante os temas das STEM. O VM-STEM é um projeto que pretende, também, criar uma plataforma inclusiva dedicada às STEM, através da criação do primeiro museu europeu virtual para a educação acerca das STEM ao nível do ensino secundário. O principal objetivo é oferecer uma experiência imersiva, interativa e envolvente, fortalecedor para os estudantes participantes.

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  • Adams, J. D., Gupta, P. and Cotumaccio, A. (2014) Long-Term Participants: A Museum Program Enhances Girls’ STEM Interest, Motivation, and Persistence. Afterschool Matters, 20, pp. 13-20.
  • Bell, P., et al. (2009). Learning science in informal environments: People, places and pursuits. Washington, DC: National Research
  • Council of the National Academies.
  • Bybee, R. (2010) What Is STEM Education?. Science, 329(5995), p. 996
  • Caprile, M., Palmen, R., Sanz, P. & Dente, G. (2015). Encouraging STEM studies: labour market situation and comparison of practices targeted at young people in different Member States, European Union, Brussels. Retrieved from https://www.europarl.europa.eu/RegData/etudes/STUD/2015/542199/IPOL_STU(2015)542199_EN.pdf
  • Chi, B., Dorph, R., & Reisman, L. (2015). Evidence & impact: Museum-managed STEM programs in out-of-school settings. National Research Council Committee on Out-of-School Time STEM. Washington, DC: National Research Council.
  • Hertz, M. B. (2016). Full STEAM Ahead: Why Arts Are Essential in a STEM Education. Edutopia. Retrieved from https://www.edutopia.org/blog/arts-are-essential-in-stem-mary-beth-hertz
  • Swanson, n.d. STEM TO STEAM: WHAT’S IMPORTANT ABOUT THE “A”. The Rockwell Museum. Retrieved from https://rockwellmuseum.org/blog/art-from-home-stem-to-steam/
  • UNESCO International Bureau of Education. (2013). IBE Glossary of Curriculum Terminology [Ebook]. Retrieved from https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000223059

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